Na mesma semana da publicação no Lancet, do guia RIGID, foi publicado no Annals of internal Medicine, por Riaz Qureshi e cols., o artigo: Development and Evaluation of a Framework for Identifying and Addressing Spin for Harms in Systematic Reviews of Interventions (https://doi.org/10.7326/M24-0771). Spin aqui é usado como sinônimo desse certos tipos de deturpação do conhecimento científico! Nas palavras dos autores, spin se refere ao reporte, interpretação ou extrapolação de resultados de forma enganosa (em inglês: misleading reporting, interpretation, and extrapolation of findings) em pesquisa primária ou secundária.
É mais um artigo que vale a pena ler e consultar as suas tabelas, recheadas de exemplos, que tornam claro como evitar revisões sistemáticos que usam de estratagemas para pintar seus resultados de forma mais rósea, com potencial de levar a súmulas de evidências distorcidas e potencialmente danosas para os pacientes.
Numa toada diferente, mas ainda na mesma semana, o Scholarly Kitchen publicou matéria sobre os esforços globais de tornar as metodologias, de acesso aberto, reprodutíveis e, de uma certa forma, certificadas. Dá dois exemplos. O evento ocorrido no começo do ano no Hospital Charité em Berlim (https://www.bihealth.org/en/notices/love-methods-week) e, agora, em julho, a iniciativa da comunidade européia, que lançou a iniciativa Pro-MaP que é o acrônimo para Promoting Reusable and Open Methods and Protocols (PRO-MaP).
O pdf de fácil acesso traz as recomendações para que os métodos usados nos estudos sejam melhor detalhados, permitindo a replicação por outros pesquisadores. Naturalmente, ao fazer isso, a reprodutibilidade e a qualidade geral do estudo também melhoram. Um repositório de acesso aberto (https://bio-protocol.org/exchange) oferece ajuda para solicitar métodos de outros autores, permite acessar os seus quase 7000 métodos depositados em sua plataforma, webinars e mais. Que bela iniciativa!
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