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Anna Goldberg

Controle de qualidade: o antes e o depois


Antes:

Bruce Lahn e colaboradores, todos da empresa Vector, de Chicago resolveu sequenciar de forma sistemática os plasmídeos construídos em laboratórios e enviados para a empresa, que oferece serviços de clonagem (doi: https://doi.org/10.1038/d41586-024-02280-1). O time verificou que metade desses plasmídeos continham erros! Pesquisadores consultados para essa matéria se disseram pouco surpresos com o achado, já que tinham tido problemas dessa natureza antes. Apenas não sabiam que o problema era tão grande. O grupo sequenciou 2500 plasmídeos diferentes. Os principais achados foram: alterações na região de clonagem de plasmídeos AAV comumente usados como vetores para terapia gênica. Outros apresentavam erros óbvios que um pesquisador treinado identificaria, outros eram mutações mais sutis, inclusive contraproducentes por serem tóxicos para o vírus clonado ou com mutações tóxicas para E.coli, comumente empregada como carreador do plasmídeo nos experimentos. Esse estudo junto com um que eu já relatei há um tempo sobre linhagens celulares e outro estudo sobre a contaminação generalizada por micoplasmas, ilustra bem como o controle de qualidade dos reagentes usados é essencial para as boas práticas no laboratório.


Depois:

A National Information Standards Organization (NISO) americana acaba de publicar um guia de Recomendações (https://www.niso.org/publications/rp-45-2024-crec) para a comunicação de retratações, remoções e avisos de atenção (Expression of Concern) com o foco voltado principalmente para os metadados que acompanham esses avisos de forma que sejam precisos, transparentes e facilmente acessíveis pelo leitores. Há inclusive a colocação, que eu acho importante e justa, de deixar claro qual foi a razão da retratação. Má-conduta é totalmente diferente, por exemplo, de uma retratação pelos próprios autores que encontram um erro nos seus dados, ou uma feita por uma revista que retira todo o volume de circulação por suspeita de algum artigo que não foi o seu, algo que tem acontecido com certa frequência em publicação temáticas. O intuito, naturalmente, é evitar que esses artigos continuem sendo citados, contaminando a literatura científica ainda mais. Esse cuidado, ao lado da escolha cuidadosa da revista onde pretende submeter o seu artigo, devem fazer parte do dia a dia de todo pesquisador atual, para evitar cair na malha fina!

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