• Paper mills with a new guise.
An article by Jonathan Moens (https://undark.org/2023/06/21/in-a-tipsters-note-a-view-of-science-publishings-achilles-heel/) tells the story of a certain Gunasekaran Manogaran, a data scientist who achieved an h-index above 60 in less than 10 years! A Google Scholar search indicates that in 2022 alone, there are 43 listed publications, despite him identifying himself as a post-doctoral researcher at Howard University. Contrary to appearances, however, this researcher's trajectory seems to be linked to the overproduction of articles published in special editions of scientific journals, in which he uses "bona fide" researchers by proposing collaborations with them to produce these editions. In this scam, he earns money, publishes a lot of articles (there are already several retractions of his articles, with more to come), and undermines the credibility of the researchers he involves in the scheme. Some of these researchers have come forward to acknowledge that they were deceived. Upon checking his credentials, one finds that they are not confirmed by the institutions to which he claims affiliation. And worse, apparently, this is just one example among many. Publishers specializing in special editions like MDPI and the Frontiers group have become preferred targets of these fraudsters. The article also mentions the Brazilian researcher Ana Márcia de Sá Guimarães from ICB-USP, who provides a different viewpoint of this problem. She sees these publishers as being important allies for researchers in the developing world due to being less costly, more inclusive, and having a good international reputation. Conclusion? Be cautious about invitations to be authors in special editions!
• 176 articles published in a single year; can you believe it?
In Spain, a researcher studying meats, considered the world's leading expert in the field at his institution, is not even known by renowned researchers from other countries. To publish the 176 articles, he would have to publish an article every 48 hours, including Saturdays and Sundays (A researcher who publishes a study every two days reveals the darker side of science | Science & Tech | EL PAÍS English (elpais.com)). Can you believe it? He is joined by a list of Spanish researchers who lend their names to obscure individuals from countries like Saudi Arabia, who publish their articles with editors like MDPI and also "paper mills" (yes, here they are again), notably located in India. In the case of paper mills, they profit by offering authorship for payment. Needless to say, these articles are of dubious quality or simply fabricated! In the case of publishers, researchers who lend their names to edit special editions "gain" the opportunity to publish without paying in these journals. Furthermore, there are reports of citation networks, where one researcher cites another to "boost their own statistics!" This was the path, along with bribes, that Saudi Arabia sought to manipulate the rankings conducted by Clarivate and gain an advantageous rank due to the high citation index obtained by its researchers. The scandal triggered by the discovery of these schemes is generating a lot of noise and promises to be strongly opposed by the Spanish National Research Council.
• Bona fide or caught red-handed...
An article from Retraction Watch brings a link to the story of bioengineer Ram Sasisekharan (https://www.statnews.com/2023/06/14/ram-sasisekharan-mit-vindicated-fraud-investigation/), a researcher and professor at MIT. He became a victim of a fraudulent accusation made by a colleague from the same department (!) and was forced, along with his team, to remain silent during the whole investigation triggered by the accusation. The small detail: the gag order lasted for 3 years, 9 months, and one week before being lifted! The major detail? The researcher and his team were found to be free of any blame or wrongdoing. However, the article raises the issue of the enormous impact this had not only on the career of the eminent researcher (holder of many patents and founder of several biotechnology companies) but also on the careers of his students, collaborators, and partners. The accusers committed an additional sin by making the accusations public (plagiarism of the work of others), and Sasisekharan could only read and hear everything that was being circulated and said about him without being able to defend himself. It was a terrible situation that, in his words, also sidelined his work and decimated the team. Now that he has been publicly exonerated and able to work properly again, he has not only published his version of the events and the consequences of what happened but has also begun the task of identifying the errors that occurred during the process and how to prevent young researchers' careers from being harmed as they become involuntary victims of such events. Not to mention the excessively long time it took to conclude the investigation, as if it were only a secondary matter. Many of us know colleagues who have gone through similar experiences that have left deep scars and sometimes even led to the abandonment of a promising trajectory. Oh, and finally, what about the credibility of the institution?
• Debate on artificial intelligence at the annual meeting of the Society for Scholarly Publishing.
And finally, what are the publishing companies doing to combat (or not) the misuse of generative artificial intelligence? Read a summary of the debate for and against at the SSP Conference Debate: AI and the Integrity of Scholarly Publishing - The Scholarly Kitchen (sspnet.org) and draw your own conclusions!
Fraudes cada vez mais sofisticadas
Paper mills com nova roupagem.
Artigo de Jonathan Moens (https://undark.org/2023/06/21/in-a-tipsters-note-a-view-of-science-publishings-achilles-heel/) conta sobre as andanças de um tal Gunasekaran Manogaran, um cientista de dados que alcançou um índice h acima de 60 em menos de 10 anos! A consulta ao Google Scholar indica que só em 2022, há 43 publicações listadas apesar de ele se intitular como um ainda pós-doutor na universidade de Howard. Ao contrário do que parece, no entanto, a trajetória desse pesquisador parece estar atrelada à superprodução de artigos em edições especiais das revistas científicas, nos quais ele usa pesquisadores "bona fide" ao propor colaborações com eles para produzir essas tais edições. Nesse golpe ganha dinheiro, publica um montão de artigos (já há várias retratações de seus artigos e mais a caminho) e atinge a credibilidade dos pesquisadores que ele envolve no esquema. Alguns desses já vieram a público reconhecer que foram enganados. Ao checar suas credenciais verifica-se que estas não são confirmadas pelas instituições ao qual se diz afiliado. E pior, aparentemente esse é um exemplo entre muitos. As editoras que se especializaram em edições especiais como a MDPI e o grupo Frontiers se tornaram alvos preferidos desses fraudadores. O artigo cita ainda a pesquisadora brasileira Ana Márcia de Sá Guimarães do ICB-USP que nos dá uma contrapartida, pois vê essas editoras como aliadas importantes de pesquisadores do mundo em desenvolvimento por serem menos custosas, mais inclusivas e contarem com um bom nome no exterior. Conclusão? Atenção com convites para serem autores em edições especiais!
176 artigos publicados num único ano, acreditam?
Na Espanha, um pesquisador que estuda carnes, visto como o maior expert mundial no assunto em sua instituição, sequer é conhecido por pesquisadores de renome de outros países. Para publicar os 176 artigos ele teria de publicar um artigo a cada 48 horas, incluindo sábados e domingos (A researcher who publishes a study every two days reveals the darker side of science | Science & Tech | EL PAÍS English (elpais.com)). Dá para acreditar? A ele se juntam uma lista de pesquisadores espanhóis que emprestam seus nomes para pessoas obscuras de países como Arábia Saudita, que publicam em editoras como a MDPI e os "paper mills" (sim, lá vem eles de novo), notadamente localizados na Índia. No caso dos paper mills, estes lucram oferecendo autoria mediante pagamento. Nem é preciso dizer que esses artigos são de qualidade dúbia ou simplesmente inventados! Já no caso das editoras, os pesquisadores que emprestam seus nomes para editorar as edições especiais "ganham" a possibilidade de publicar sem pagar nessas revistas. Além disso, há relatos da existência de redes de citação, onde um pesquisador cita o outro para "engordar sua própria estatística! Esse foi o caminho, juntamente com subornos, encontrado pela Arábia Saudita para fraudar o ranqueamento feito pela Clarivate e ganhar uma posição vantajosa pelo alto índice de citações obtidas pelos seus pesquisadores. O escândalo desencadeado com a descoberta desses esquemas está gerando muito barulho e promete ser fortemente combatido pelo Conselho Nacional de Pesquisas espanhol.
Gente fina ou malha fina...
Matéria do Retraction Watch traz um link para contar a história do bioengenheiro Ram Sasisekharan (https://www.statnews.com/2023/06/14/ram-sasisekharan-mit-vindicated-fraud-investigation/), pesquisador e professor do MIT. Vítima de uma denúncia fraudulenta feita por um colega do mesmo departamento (!), foi obrigado, e sua equipe também, a permanecer em silêncio durante a investigação desencadeada pela denúncia. Pequeno detalhe: a mordaça levou 3 anos, 9 meses e uma semana para ser retirada! Grande detalhe? O pesquisador e seu time foram isentos de qualquer culpa ou malfeito. Mas a matéria traz a questão do enorme impacto que isso teve não só na carreira do eminente pesquisador (detentor de muitas patentes e fundador de várias companhias de biotecnologia) mas também nas carreiras de seus alunos, colaboradores e parceiros. Os acusadores cometeram um pecado adicional de tornar públicas as acusações (plágio de trabalho de terceiros) e Sasisekharan só podia ler e ouvir tudo que estava sendo veiculado e comentado a seu respeito sem poder se defender. Uma situação terrível que nas palavras dele, também remeteu seu trabalho a um segundo plano e dizimou a equipe. Agora que ele foi publicamente inocentado e voltou à ativa, não só publicou a sua versão dos fatos e as consequências do ocorrido, mas também iniciou um trabalho de identificar que erros ocorreram durante o processo e como pode-se evitar de prejudicar carreiras de jovens pesquisadores que acabam sendo vítimas involuntárias dos eventos. Sem falar do tempo excessivamente longo para conclusão da investigação, como se fosse um assunto secundário. Muitos de nós conhecem colegas que passaram por experiências parecidas, que deixaram marcas profundas e às vezes até levaram à desistência de uma trajetória promissora. Ah, e, por fim, como fica a credibilidade da instituição?
Debate sobre inteligência artificial na reunião anual da Society for Scholarly Publishing.
E por fim, o que as empresas editoriais estão fazendo para combater (ou não) o uso indevido da inteligência artificial generativa? Leiam um resumo do debate pró e contra em SSP Conference Debate: AI and the Integrity of Scholarly Publishing - The Scholarly Kitchen (sspnet.org) e tirem suas próprias conclusões!
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