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Anna Goldberg

Nouvelles du monde #1


As I scrolled through my weekly readings, I remembered a book that was the constant companion of my mother´s. Nouvelles du monde by Michel Serres is a delightful book that leaves a taste of “I want more”.


The text evokes a more open way of living, of visits to unknown locations and interesting landscapes. Michel Serres was a French philosopher who, in his extensive production (philosophical and literary) and his many quotes highly relevant for today, said, among other things, the idea that the vitality and viability of science depends on the degree of openness to its poetic other. He spent his life tracing the connections of science with other areas of human endeavor, emphasizing the need for science to be open to intervention and communication through arts and humanities (https://pt.wikipedia.org/wiki/Michel). In my opinion, more than ever, Brazilian scientists need to keep up with global events in addition to perceiving issues in research and development beyond the academic publications of their own areas of expertise.


Here are some news items I have picked up in this April 2023.

  1. Do you know STM (Scientific, Technological, Medical Publishers)? This organization represents scientific publishers seeking to promote and disseminate quality science globally. Its mission is to communicate major discoveries with precision, clarity, and integrity, while stimulating innovation in the universe of research & development. It currently has 140 members, including scientific societies and big publishing companies, which together account for 2/3 of scientific articles published globally. And it has just announced the launch of the STM Integrity Hub (https://www.stm-assoc.org/stm-integrity-hub/), which provides a cloud-based program for manuscript checking to detect flaws in scientific integrity, which they call "research-integrity-offending manuscripts." To be used by editors, it will be part of the battle against the growing volume of texts that violate current standards of integrity and scientific, legal, and industry good practices.

  2. An article by John Ioannidis and his group at Stanford University was published in the Journal of the American Medical Association (JAMA) in March, which discusses the growth of so-called mega-journals (JAMA. 2023;329(15):1253-1254. DOI: 10.1001/jama.2023.3212). The numbers are unbelievable. Science Reports alone published 21,850 articles in 2022. PLoS ONE published 15,654 articles in the same year, and so on. Offering an easier path to publication in high-impact journals, these journals have been growing rapidly, and have even changed market prices. The big issue, as always, is about the quality of publications, the transparency of processes, and the use of unpaid peer review, which fattens the pockets of these mega-journals at the expense of reputable journal that, however, operate with low efficiency and small output of publications.

  3. To be confirmed is the initiative of Jo Havemann and Lisa Hinchliffe to map all sources of Open Science, including texts, journals, databases, events, procedures and policies, management, and tools available worldwide. The site invites users to add information to enrich the platform. I visited it (https://access2perspectives.pubpub.org/pub/uwl451tj/release/3), but it still seems to lack much information, including nothing uploaded in Portuguese and none from Brazil, Portugal, and other Portuguese-speaking countries. However, it is a laudable initiative that could be of great help, for example, in the day-to-day activities of academic work.

  4. Curation using artificial intelligence and the new generation of programs based on ChatGPT-4 (Elicit and Consensus), still with flaws, but improving every day. A post in the journal Nature (AI science search engines are exploding in number — are they any good? (nature.com)) details pros and cons of these two novel applications. Stay tuned!

  5. The winner of the Sony World Photography Award (https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2023/04/18/a-imagem-feita-por-inteligencia-artificial-que-enganou-jurados-de-um-grande-premio-de-fotografia.ghtml) refused the prize. You know why? Because the beautiful image was produced using artificial intelligence. It is in fact a lovely photo, but the German photographer Boris Eldagsen submitted it in order to prompt the discussion about this issue. In his opinion " AI images and photography should not compete in the same group for such an award". Warning to all: It is already feasible to do the same with experimentally obtained images!


Notícias do mundo #1


Durante as minhas leituras da semana, me lembrei de um livro que era constante companheiro da minha mãe. Trata-se do “Notícias do Mundo”, de Michel Serres. Uma delícia de livro que deixa um gostinho de quero mais.


É uma leitura que remete ao viver de forma mais aberta, visitando lugares novos e paisagens interessantes. Michel Serres foi um filósofo francês que, em sua prolífica produção (filosófica e literária) e frases altamente relevantes para a atualidade, dizia, entre outros, que a vitalidade e a viabilidade da ciência dependem do grau para o qual ela se está aberta para o seu outro poético. Passou sua vida traçando as conexões da ciência com outras áreas do pensamento humano, enfatizando a necessidade da ciência estar aberta para intervenção e comunicação pelas artes e as humanidades (https://pt.wikipedia.org/wiki/Michel ).


Na minha opinião, mais do que nunca é necessário que os cientistas brasileiros se conectem e se atualizem com o que acontece no mundo além das percepções na pesquisa e no desenvolvimento, para além das publicações acadêmicas de suas áreas de atuação. Cito aqui algumas notícias que chegaram a mim neste mês de abril de 2023.

  1. Conhecem a STM (acrônimo para Scientific, Technological, Medical Publishers)? Esta organização representa editores científicos buscando prestigiar e difundir a ciência de qualidade globalmente. Tem como missão comunicar as grandes descobertas com precisão, clareza e integridade, ao mesmo tempo estimulando a inovação no universo de pesquisa e desenvolvimento. Tem atualmente 140 membros que incluem sociedades científicas e grandes editoras, que em conjunto respondem por 2/3 dos artigos publicados globalmente. E acaba de noticiar o lançamento do STM Integrity Hub (https://www.stm-assoc.org/stm-integrity-hub/) que disponibiliza um programa, na nuvem, de checagem de manuscritos para detecção de falhas na integridade científica, literalmente chamados “research-integrity-offending manuscripts”. Para uso dos editores, vai integrar uma frente na batalha contra o crescente volume de textos que violam as normas vigentes de integridade e boas práticas científicas, legais e da indústria.

  2. Saiu, em março, no Journal of the American Medical Association (JAMA) artigo de John Ioannidis e seu grupo, da universidade de Stanford, que discorre sobre o crescimento dos chamados mega jornais (JAMA. 2023;329(15):1253-1254. DOI: 10.1001/jama.2023.3212). Os números são inacreditáveis. Só o Science Reports publicou 21850 artigos em 2022. A PLoS ONE publicou 15654 artigos no mesmo ano, e por aí vai. Oferecendo um caminho mais fácil para a publicação em revistas de impacto, essas revistas crescem de modo acelerado, mudando inclusive os patamares de preços no mercado. A grande questão, como sempre, trata da qualidade das publicações, da transparência dos processos e do emprego da revisão por pares sem remuneração, que acaba engordando o bolso desses mega jornais em detrimento de revistas de renome, mas que atuam com baixa eficiência e volume de publicação.

  3. A conferir a iniciativa de Jo Havemann e Lisa Hinchliffe de mapear todas as fontes de Ciência Aberta incluindo textos, revistas, bases de dados, eventos, procedimentos e políticas, gerenciamento e ferramentas disponíveis pelo mundo afora. O site convida usuários a adicionar informações para enriquecer a plataforma. Visitei-o, (https://access2perspectives.pubpub.org/pub/uwl451tj/release/3 ) mas me parece ainda faltarem diversas informações, inclusive não há nada em português ou informações do Brasil, Portugal e de outros países de língua portuguesa. No entanto, é uma iniciativa louvável que será de grande ajuda, por exemplo, no dia a dia das atividades acadêmicas.

  4. Curadoria usando inteligência artificial e a nova geração de programas baseados no ChatGPT-4 (Elicit e Consensus), ainda com falhas, mas melhorando a cada dia. Uma postagem na revista Nature (AI science search engines are exploding in number — are they any good? (nature.com)) discorre sobre os prós e contras desses dois aplicativos novos. Fiquem ligados!

  5. O vencedor do Sony World Photography Award (https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2023/04/18/a-imagem-feita-por-inteligencia-artificial-que-enganou-jurados-de-um-grande-premio-de-fotografia.ghtml) recusou o prêmio. Sabem por quê? Porque havia gerado a belíssima imagem usando inteligência artificial! É uma foto linda, mas que o fotógrafo alemão Boris Eldagsen inscreveu no concurso justamente para provocar uma reflexão sobre o assunto. Na opinião dele “As imagens de IA e a fotografia não devem competir entre si em um prêmio como este”. Aviso aos navegantes: Já é possível fazer o mesmo com imagens obtidas experimentalmente!


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