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Anna Goldberg

O que foi que você não viu ainda?


O NYT toda a semana publica um pequeno questionário intitulado "Você acompanhou as notícias dessa semana?" Minha resposta é sempre chiii, pois eu checo as notícias do NYT todos os dias (assinatura virtual por 2 US$ semanais, recomendo) e confesso que não consigo responder várias perguntas! É muita notícia demais e acredito que meus leitores estão ocupadíssimos tentando dar conta das informações que chovem todos os dias nas suas próprias áreas de atuação.

Por isso, resolvi publicar um "O que você não viu ainda", colocando as notícias que considero importantes, interessantes, educativas, ilustrativas da boa ciência e, de preferência, apresentando todas as 4 virtudes. Lá vai:

  • A Rede Europeia de Escritórios de Integridade Científica (ENRIO) acaba de publicar um guia para lidar com denúncias e denunciantes. Como sempre, os europeus saem na frente mostrando caminhos para lidar com questões importantíssimas no ambiente acadêmico, nas biotecs e nas organizações de pesquisa. Pesquisadores e gestores podem aprender muito nesse guia que levanta questões fundamentais para separar o "joio" do "trigo" e manter o "trigo" em segurança.

  • Artigo com o convidativo título de "You do not receive enough recognition for your influential science" disseca a questão do impacto da revista (e uso dessa métrica para avaliar o pesquisador) versus o impacto dos artigos, medido pelo volume de citações recebidas. Os autores Arabi, Ni e Hutchins mostram com números e gráficos a enorme disparidade, especialmente na área biomédica, entre o que de fato é influente na ciência e que, em sua grande maioria, é publicada em revistas de menor impacto e o chamariz das revistas influentes e de alto impacto. Uma conclusão interessante: Publicar em revistas com fator de impacto acima de 3,4 é um primeiro passo para o seu artigo ingressar no clube dos Citation Elite!

  • Deu em todos os jornais! A mais recente cabeça que caiu, é a do presidente, por 7 anos, da Universidade de Stanford Marc Tessier-Lavigne, após retratação de, pasmem, 2 artigos publicados na Science e mais algumas a caminho. Ele segue os passos de David Baltimore (Rockefeller), José Baselga (Sloan Kettering) e Toshiaki Miyazaki (Aizu), outras cabeças coroadas da ciência que caíram por falhas na conduta responsável da ciência, participando de publicações com manipulação de imagens, falsificação de dados, conflitos de interesse e plágio. O editorial da Science é enfático na crítica ao acúmulo de cargos de gestão sobre os ombros dos cientistas de sucesso, que continuam como responsáveis em seus laboratórios produzindo ciência que não têm mais como acompanhar e controlar adequadamente.

  • O Retraction Watch acaba de firmar uma parceria com a crossref (que fornece os DOI) no valor de 775 milhões de dólares por 5 anos. Os já 42000 artigos constantes da base de dados de artigos retratados, serão identificados na plataforma dos Digital Object Identifiers. Daqui para frente não tem mais desculpas citar artigos retratados.

  • A crise dos pós-docs. chegou aos EUA. Lá também há uma enorme evasão de jovens pesquisadores dadas a condições precárias de trabalho, baixos salários frente aos custos em ascensão, financiamento estagnado e as poucas perspectivas de carreira. O evento mais recente é uma série de greves nos campi universitários americanos.


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