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Anna Goldberg

Quem deve arcar com os custos das retratações?


Uma interessante debate publicado no Scholarly Kitchen por Roohi Ghosh

e Chirag Jay Patel (https://scholarlykitchen.sspnet.org/2024/08/08/should-publishers-invoice-authors-for-retraction-costs/) convida o leitor a pensar junto. Retratações custam caro pois utilizam recursos e tempo de revisores, comitês de revisão das editoras e de integridade científica das instituições, custos envolvidos em bases e compartilhamento de dados, pagamentos por acesso aberto e mais. A questão é: Quem é o responsável principal pela manutenção da integridade científica? O pesquisador, a universidade ao qual ele está afiliado, a agência financiadora, a editora que publicou o artigo? E quem destes deveria arcar com os custos decorrentes da retratação?


Á primeira vista a resposta é: o pesquisador. No entanto, devemos ser práticos. O autor que cometeu a má-conduta vai arcar com essas despesas? Altamente duvidoso, pode se imaginar que este simplesmente vai migrara o seu artigo para outra revista desavisada. Isso sem contar o fato de que pode ser difícil distinguir a publicação falseada do erro honesto, e este não deve ser penalizado, por ser contra a própria natureza da comunicação científica. A discussão traz também opiniões alternativas. Primeiramente indicam que é do interesse do editor não efetuar essa cobrança pois expõe a sua gestão defeituosa e até pautada em ganhos, em detrimento da qualidade das publicações.


Uma outra colocação de cunho prático coloca que esses custos fazem parte do negócio das editoras, e isso deve ser contraposto por gestão e modernização dos processos. Por fim, qual o papel das instituições nisso tudo? Não deveriam ser responsabilizadas, à semelhança do que ocorre nas instituições privadas onde responsabilidade do erro do empregado é arcada pelo empregador? E você, o que pensa a respeito dessa questão?

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